      |
  Sabedoria
Tudo o que eu preciso saber sobre a vida eu aprendi no Jardim de Infância. Hoje eu parei para pensar e percebi que a verdadeira sabedoria não está no topo da montanha de conhecimento que é a faculdade, mas no alto do monte de areia do Jardim de Infância. Parece loucura, mas foi nessa época que eu aprendi as maiores lições de vida. Aprendi a dividir tudo, a ser justa, a não machucar ninguém de propósito. Aprendi a colocar as coisas de volta no lugar de onde foram tiradas, a arrumar minha própria bagunça, a nunca pegar o que não é meu, a pedir desculpas sempre que errar. Aprendi que devo lavar as mãos antes das refeições e que leite e bolachas fazem bem à saúde. Aprendi a levar uma vida balanceada: aprender um pouco, pensar um pouco, desenhar um pouco, pintar um pouco, cantar um pouco, dançar um pouco, brincar um pouco e trabalhar um pouco todos os dias. Quando sair na rua, olhar os dois lados, dar as mãos e ficar junto. Tudo isso eu aprendi no Jardim de Infância. Pense em como o mundo seria melhor se todos nós tomássemos leite com bolachas à tarde, todas as tardes, e ficássemos um pouco no sofá. Pense em como seria bom se todos os governos tivessem como política básica sempre colocar as coisas de volta no lugar de onde foram tiradas e sempre arrumar as próprias bagunças. Se ninguém pegasse o que não é seu, se ninguém machucasse ninguém de propósito e se todo mundo levasse uma vida balanceada, não teríamos tantos problemas. Então, lembre-se dos contos de fada, de Chapeuzinho Vermelho, da Bela Adormecida e dos Três Porquinhos. Lembre-se das primeiras palavras que você aprendeu, as maiores de todas: MAMÃE e PAPAI. Tudo o que você precisa saber está lá, em algum lugar. Regras sobre a vida, o amor, a igualdade e a fraternidade. Pegue os ensinamentos da infância e transforme em sofisticadas palavras da linguagem adulta. Todos vão reconhecer sua sabedoria. E lembre-se do que continua verdade, não importa a sua idade: quando sair para o mundo, dê as mãos e fique junto... Rio/Maio/1998 Danielle Lins
Enviado por Danielle Lins em 25/10/2006
Comentários
|
Tela de Claude Monet